Há uns meses, no Cá te espero, com umas minis e um pires de tremoços a acompanhar:
- Ó Minetes, isto a vida é do caralho. Hoje estamos cá e amanhã já não estamos...
- É verdade... Ó Tiras, sabes qual é o teu mal? É falta disto... - e dei duas goladas, com convicção.
- Oh... vai-te foder! amanhã bates as botas e o que é que fica? a mossa no colchão... e as molas que lhe fodeste aos saltos em cima dele...
- Dele? - Benzi-me - Arreda pra lá!!!
- Dele... do colchão, Grosso. Um gajo tem de fazer alguma coisa que justifique esta merda toda.
- E as virgens que desflorámos, não contam?
- Putas e conas é fácil um gajo ter, qualquer broche consegue... Sabes, se as Cabindadas e a Selvaginal tivessem vingado, a nossa vida talvez tivesse sido outra coisa.
- Foi a única coisa que conseguimos fazer de jeito, não foi? - Disse eu, com os olhos a lacrimejar, enquanto me chegava mais perto do Rijo.
- Foi, Malho, juntos podíamos ter conquistado o mundo da literatura porno... - Concordou o Rijo, metendo a mão de cima do meu ombro. - Vamos tentar de novo?
- Sigo-te até ao inferno... - As lágrimas escorriam pela minha pele enrugada, a voz tremia.
- Dá-me um abraço, Minetes, foste o melhor que me aconteceu na vida...
- Tu também Rijo, tu também, meu rico amigo... - E abraçámos-nos, perante a estupefacção geral.
- Malho, vamos, temos de pôr mãos à obra!Chico,traz um papel e uma caneta...
- Sim, isso, vamos escrever um livro que fique na memória desta canalha.
- Será uma verdadeira pedrada no charco, meu amigo.
- Sim, escreve aí: "Naquela manhã, Teresa M. acordou molhada de um sonho..."
E assim nasceu uma obra que, aos poucos, vai tomando forma. Uma nova luz brilha no horizonte desta antiga amizade, que promete voos mais altos. A saga continua...
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